ESTOÍCA

As sombras que transpassou-me a retina,

Romperam o véu sobre os meus olhos.

Pude enxergar a luz através da cortina...

Em raios, surgindo entre os escombros.

Há tanto tempo, que fora Desiludida;

Ainda posso sentir a dor sussurrando

Nessa imensidão da minh'alma sofrida...

Uma tempestade nos olhos desaguando.

Formou-se em mim, um oceano obscuro.

Transpondo-me há um lugar sombrio;

Eis que nas trevas, tornei-me:_ Ser impuro!

A fagulha de luz que brilhou outrora...

Esvaiu-se dos olhos, assim, como a Vida!

Olhar lânguido, nem sequer mais chora.

Cristina Milanni
Enviado por Cristina Milanni em 02/10/2019
Código do texto: T6759377
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