SONETO ESTÚPIDO

Tropeçará nos próprios calcanhares,

Seu número infeliz trazendo o passo

Infausto à luz -- aplaudirão o fracasso

De salto iconoclasta, avesso a altares.

Há fins piores, claro, há mais azares

Além de ser vazia -- um certo traço

De ausência em dor ali onde tempo e espaço

Vão insinuando enredos peculiares.

Se tenta compensar ser tão lunática

Bastando para tanto, diz, ser "cética",

Nem tudo está perdido...e é tão simpática...

Aplauso e pena à criança profética!

Pois se a razão jaz, rude mas apática,

A estupidez é cândida e patética.

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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 30/09/2019
Código do texto: T6757880
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