Fortuna e poesia (Ou “Por que sou poeta”)

“Some rhyme a neebor’s name to lash;

Some rhyme (vain thought!) for needfu’ cash;

Some rhyme to court the countra clash

An’ raise a din;

For me, an aim I never fash;

I rhyme for fun.”

(ROBERT BURNS)

Grita-me nos ouvidos o mundo inteiro:

“Por que és poeta, pobre amalucado?

Tão moço andando assim roto, esfaimado,

Porque em seus bolsos não tem nenhum dinheiro!

Já provou a História teu fado certeiro:

Se te safares de jovem ser sepultado,

Num manicômio acabarás abandonado!

Deves procurar um emprego verdadeiro!”

E admito: todos eles têm razão!

Mas por mais que fortuna venha a me faltar,

Tenho repleto de amor o coração.

E assim, enquanto eu for capaz de amar,

Gratuitamente canto-lhes minha canção

Sem que nada ou ninguém possa me silenciar.

Galaktion Eshmakishvili
Enviado por Galaktion Eshmakishvili em 28/09/2019
Reeditado em 27/01/2022
Código do texto: T6755920
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