Há dois séculos houve esse poeta
Há dois séculos houve esse poeta
que morreu, como deve toda gente,
após uma existência descontente.
Hoje, segue infeliz e segue esteta...
Percebê-lo me torna a alma inquieta,
porque a maior sombra, de repente,
torna-se luz, e luz resplandecente,
pois o tempo não apaga: ele decreta.
Acabo tendo um sonho de esperança
no qual eu não me vou, mas me enraízo
para todo o porvir, como lembrança.
Nesse sonho, que verto e idealizo,
eu vivo como um homem de pujança
estático e perfeito em seu sorriso.
25, 27/09/2019