Soneto: Bala
Hoje descobri que sou um homem saudosista
Com uma bala de cereja voltei ao passado
Me vi na minha infância simplista.
Lembrei dos dias taciturnos agora devastados
Olhando o papel sentindo o sabor.
Contei meus passos até aqui.
Percebi o quanto cresci e senti dor
E agora emudeço com a bala que recebi
Quantos beijos com sabor de cereja
Lá venda rodeio na porta da igreja
Agora a saudades e a solidão me esquarteja.
Olhava o por do sol, sonhava com o futuro
Hoje lembrei de quanto eu era imaturo
Olhando essa bala, lembrando de você me torturo...