É que encarar-vos, meus pombos sortudos,
É que encarar-vos, meus pombos sortudos,
com braços dados, sorrindo à vontade,
faz lembrar noites de surtos agudos
que trazem monstros, a Espera e a Saudade.
Um monstro amarra, o outro desce-me murros...
Assim, meus pombos, se peço piedade
quando passais e se sofro de engulhos,
é por sentir que estou pela metade.
Não tenho a sorte de andar por jardins,
nunca flutuo no céu, nas estrelas,
não se apresentam a mim querubins.
Então saí! Que são muitas as penas
de que padeço do amor nos confins
e vós julgais as fortunas amenas!
12, 13, 16, 17, 23/9/2019