SONETO DA ESPERA

Lágrimas teimosas fogem entre os cílios

Rastro de saudade escorre em seu rosto

Esperança no horizonte da volta dos filhos

Chora em seu exílio de tristeza e desgosto

A ausência afoga a alegria de um sorriso

Vazio do abraço apertado que não terá ainda

Sina sofrer todo dia, sem telefonema ou aviso

Equilibra-se no fio da navalha, a fé na berlinda

Gosto amargo de sal tempera-lhe os dedos

Mãos cansadas de secar a dor do não vir

Queria acalentá-los, mentir uns segredos

Chegou outro avião e não surgiram pelo saguão

Por que se promete voltar no adeus do partir?

Amanhã repete a rotina de penar sua aflição

Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 23/09/2019
Código do texto: T6751642
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