SONETO DA ESPERA
Lágrimas teimosas fogem entre os cílios
Rastro de saudade escorre em seu rosto
Esperança no horizonte da volta dos filhos
Chora em seu exílio de tristeza e desgosto
A ausência afoga a alegria de um sorriso
Vazio do abraço apertado que não terá ainda
Sina sofrer todo dia, sem telefonema ou aviso
Equilibra-se no fio da navalha, a fé na berlinda
Gosto amargo de sal tempera-lhe os dedos
Mãos cansadas de secar a dor do não vir
Queria acalentá-los, mentir uns segredos
Chegou outro avião e não surgiram pelo saguão
Por que se promete voltar no adeus do partir?
Amanhã repete a rotina de penar sua aflição