Destino Final
Na correnteza, somos barco de papel,
Em cujo convés nosso destino levamos.
Aonde nos levam as águas não sabemos,
Cegos navegamos, neste frágil batel.
Meros mortais cujo leme não dominamos,
Mesmo presos à terra miramos um céu,
Que tão ao longe se esconde por trás d’um véu.
Ai de nós que nem sabemos pra onde vamos.
Será que é um deserto o nosso destino,
Com seu eterno mormaço de um Sol a pino,
Sua areia escaldante o destino final?
Será que serei um eterno beduíno,
Vagando naquele infinito areal,
Para remir o que na terra fiz de mal?