OCO DO DESTINO
Escura, solitária, pedregosa
é a rota humanidade, seus desvios;
peleja bruta, sôfrega, assombrosa,
a gente arrasta a vida em desvarios.
Sepultam-se enforcados sentimentos
no proditório rito convivência,
aos golpes bestiais de truculentos,
disputam a minaz sobrevivência.
Famintas agonias no percurso
carcomem como vermes, pouco a pouco,
roubando viço e luz do peregrino.
Que seco, sem verdade, sem recurso,
às cegas, ao silêncio do orbe mouco,
incerto, segue no oco do destino.