OCO DO DESTINO

Escura, solitária, pedregosa

é a rota humanidade, seus desvios;

peleja bruta, sôfrega, assombrosa,

a gente arrasta a vida em desvarios.

Sepultam-se enforcados sentimentos

no proditório rito convivência,

aos golpes bestiais de truculentos,

disputam a minaz sobrevivência.

Famintas agonias no percurso

carcomem como vermes, pouco a pouco,

roubando viço e luz do peregrino.

Que seco, sem verdade, sem recurso,

às cegas, ao silêncio do orbe mouco,

incerto, segue no oco do destino.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 18/09/2019
Reeditado em 20/09/2019
Código do texto: T6747860
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