NÃO SEI COMO
NÃO SEI COMO
Outro dia, eu passei pela travessa
Que dá no beco ao lado da quebrada
No alto da pedra já toda escorada
De barracos do morro da Cabeça.
Lá onde sobem-descem pela escada
Até tudo sumir na mata espessa
E reaparecer sem que me apareça
A razão d'essa minha caminhada.
Até porque nada há que se repare
Nos muros e paredes sem reboco.
Senão a luz d'um velho rastafári
Pitando em roda ao santo-do-pau-oco:
-- "Cuida p'ra não ser caça no safári
Nem bacurau em cima d'algum toco!"
Betim - 17 09 2019