A NOITE QUASE GLACIAL
A noite quase glacial dormia,
Numa cama de ternura co'olhos
De vidro e o vento então se repetia
Nesta aureóla da vida com abrolhos.
E na pureza daquela tarde amena,
O poeta com a alma que tudo via...
declamava versos na chuva serena
Enquanto a luz de perto o seguia.
Entretanto tudo se ouvia numa constante,
O melro cantava assim tão triunfante
E os arvoredos ao longe se despiam.
A saudade, como louca me sorria
O aspecto solar se entardecia
E as vinhas e os vinhedos se esqueciam...
LUÍS COSTA