CORPUS DELICTIS
Súcubo obscuro, teu futuro vejo:
No aziago leito hás de deitar teu mago
Lúbrico corpo onde o meu vil desejo
Te vai sorver tão sôfrego, qual gago!
Na tua carne crua o álgido beijo
Da Morte mui funesta faz o estrago.
E empós te morder pútrida qual queijo
Jogo-te ao lixo. E lixo-me e não pago!
E um beco obtuso, após teu uso, é a cama
Onde do estado onírico retornas...
Já estive em ti e agora vive a chama
Negra entre as tuas coxas moles, mornas.
Em breve virá o filho, findo o drama,
Te abrindo qual martelo nas bigornas!