DESDE O COLÉGIO

DESDE O COLÉGIO

Vinha pela alameda das figueiras

Compenetrado e grave como um sábio.

Trazia junto ao peito outro alfarrábio

Com as letras douradas costumeiras...

Era moço então, eram as primeiras

Páginas que escrevera... Tinha ao lábio

Ranço d'algum Cícero ou d'um Fábio,

Por meus versos malhar com brincadeiras.

Só -- como convém a todo poeta --

Aos futuros doutores me furtava,

Evitando-lhes outra frase abjeta.

Nem sábio nem estúpido: Chegava

Ao pátio do colégio decidido

Viver qual desde então tenho vivido.

Belo Horizonte - 15 09 2019