Do escuro de meu quarto ouço um barulho,
Do escuro de meu quarto ouço um barulho,
sinto às vezes um bafo na cerviz.
Apavorado, a sós, eis que vasculho
lado a lado às suspeitas mais sutis.
Ouvi! Ouvi! Ouvir me causa engulho,
existe um monstro próximo e infeliz
respirando com força em um marulho
de sons alucinantes e febris.
Viro-me desvairado à porta aberta,
quem foi que a abriu? Socorro! Alguém me ajude!
Eis que um olhar vermelho espreita alerta...
Aproxima-se a coisa negra e rude,
infernalmente esguia, fera e incerta,
e tudo o que eu conheço desilude!
9/9/2019