Soneto do Descrente, Amém

Dê-me outra pele querido Deus

Faça-me do barro que cerca a lucidez

Talvez assim eu me torne um dos seus

Sem medo, sem dores, sem minha acidez

Dê-me outros sonhos para sonhar

Uma volta no pêndulo da verdade

Ou me faça logo de cara acordar

Sem olheiras, cabelo ralo, cicatrizes e vaidade

Mas se eu peço é como um perdedor

Sempre achei bonito o que era pra ser feio

E isso anulava a minha dor

Antes da felicidade vem a contradição

De joelhos dobrados, fico no aguardo

Esperando ansiosamente pelo seu NÃO

(Guilherme Henrique)

PássaroAzul
Enviado por PássaroAzul em 06/09/2019
Código do texto: T6739071
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.