Na solidão da tarde fria
Negro manto que distante cobre,
ampla planície a floresceres...
Só vós pr'alentares como um dobre,
alma quando estás a padeceres.
No peito, sinto-te, tristonho e enfermo,
a pulsares, lento por onde vago...
É sempre o mesmo caminho ermo,
de quem sonha as margens d'um lago.
D'angústia, o fardo, já suportastes,
cansados pés que aqui descansam,
cansados pés que flores já pisastes.
Horas calmas estas e d'agonia,
onde sombras juntas dançam
na solidão da tarde fria.