Na solidão da tarde fria

Negro manto que distante cobre,

ampla planície a floresceres...

Só vós pr'alentares como um dobre,

alma quando estás a padeceres.

No peito, sinto-te, tristonho e enfermo,

a pulsares, lento por onde vago...

É sempre o mesmo caminho ermo,

de quem sonha as margens d'um lago.

D'angústia, o fardo, já suportastes,

cansados pés que aqui descansam,

cansados pés que flores já pisastes.

Horas calmas estas e d'agonia,

onde sombras juntas dançam

na solidão da tarde fria.

ThiagoMac
Enviado por ThiagoMac em 04/09/2019
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