QUEM SABE!

QUEM SABE!

Quem sabe, o fardo imenso que carrego,

Um dia se evapore das ilhargas.

Talvez, quem sabe um dia, então, me pego

Feliz, sem ter lembranças mais amargas!

Quem sabe até eu canto e me alegro

E, leve, até eu pulo sem a carga

Da dor que tanto sinto e que não nego,

A dor que me tortura e não me larga!

Quem sabe um dia desses, eu, sozinho,

Arranque de mim mesmo os meus espinhos

E livre da amargura eu me refaça!

Quem sabe um dia desses bebo vinho

E, rindo, vou seguindo o meu caminho,

Quem sabe um dia desses tenha graça!

Arão Filho

São Luís-MA, 03.09.2019