Uma Águia Disfarçada de Pardal
(Em interação ao poema ÁGUIAS E PARDAIS, do
Piauiense Armengador de Versos)
Sei d’uma águia que vence altiplanos,
Depois se enfurna, fica dias quedo,
A consultar os seus velhos arcanos,
Com seus botões a forjar novo enredo.
Nessa pausa é que traça os seus planos
Decola e voa alto e sem medo.
Traz consigo a audácia dos ciganos
E o saber que carrega desde cedo.
E a cada volta deste ritual,
Surpreende com algo especial,
Fazendo valer a longa espera.
Em pele de ovelha encontro uma fera.
Vejo as asas da águia que era,
Não me parece com um tolo pardal.
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Águias e Pardais
A águia que sobrevoa os oceanos
E nidifica em fendas dos rochedos,
Desconhece obstáculos e medo,
Reina em todas as épocas e anos.
Ao contrário da águia em voos planos,
Não tem o pardal um segundo enredo,
Não se aventura pra grande arvoredo,
Nem sobrevoa rios, mares, pântanos.
Cada qual se conduz por uma via,
Como fazem os poetas na poesia.
Languidamente em voo abissal ...
Quantas vezes com meu umbigo:
Tantas águias voando aqui comigo,
Eu que ainda sou filhote de pardal.
Piauiense Armengador de Versos