CHORO OCULTO (soneto)

Se me escorre bochornal pesar

Da alma inquietada e tão sofrida

Parece-me afliges querendo voar

Dos lamentos desta copiosa vida

E a minha triste cisma dolorida

Em lágrimas opacas põe a rolar

Nas tristuras e do silêncio saída

Não esquecida, insiste em pisar

E fico, cabisbaixo, olhando o vago

No peito o gosto pálido e amargo

E minha emoção duma cor marfim

Assim, eu choro, um choro velado

Ninguém os vê brotar de tão calado

Ninguém os vê arando dentro de mim!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

29, agosto de 2019 - Cerrado goiano

Olavobilaquiando

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 29/08/2019
Reeditado em 30/10/2019
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