CÍCLICO
A noite, estrada fúnebre, percorro
Por vias tortuosas, meus azares,
Nas campas que deixei sem ter socorro,
Outros que fui, defuntos, são milhares.
A culpa a me seguir feito um cachorro
que fuçou na carniça, lupanares...
Espera cedo, em mim, enquanto morro,
Sua fome matar dos meus pesares.
Nada além que o passado percorrido,
Morrer de novo ao ciclo revivido,
Tentando em mesmos erros e fraquezas
Ser algo além de cinza e brevidade,
A forjar espantalhos nas certezas,
Afugentando os corvos da verdade.