CÍCLICO

A noite, estrada fúnebre, percorro

Por vias tortuosas, meus azares,

Nas campas que deixei sem ter socorro,

Outros que fui, defuntos, são milhares.

A culpa a me seguir feito um cachorro

que fuçou na carniça, lupanares...

Espera cedo, em mim, enquanto morro,

Sua fome matar dos meus pesares.

Nada além que o passado percorrido,

Morrer de novo ao ciclo revivido,

Tentando em mesmos erros e fraquezas

Ser algo além de cinza e brevidade,

A forjar espantalhos nas certezas,

Afugentando os corvos da verdade.

Renan Ivanildo
Enviado por Renan Ivanildo em 28/08/2019
Código do texto: T6731201
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