Lamento do Aquinate
Procurei-O, achando-O e O perdendo
No espelho deste mundo em que o azul
Converte-se logo em um memento
Do quanto o belo em si tem algo cru
E doloroso; foi, portanto, a Cruz
Postada como opróbrio e redenção
Que me tocou a alma e os nervos nus
Abrindo no meu peito em convulsão
Um facho de luz a que me ativesse
E servisse a meu Deus em entendimento
Vendo nas “Summas” a dourada messe
Do divinal poder, gigante lógico...
Mas me aterro ao perceber, sedento
Que Ele não se enquadra em qualquer código.