OS ESPINHOS DA MALDADE
Se no caule de uma rosa formosa
Brota os mais agudos espinhos,
O que dizer do coração humano na sua dolorosa
Ânsia por descobrir trevosos caminhos?
Se na beleza de uma fera em ligeiro movimento
Está latente aquele ímpeto irascível,
O que dizer de uma alma cujo intento
Só aparenta ser irrepreensível?
Os terríveis espinhos da maldade
Crescem no coração com brutalidade,
Pois induz muitos ao vício inebriante da insensatez.
Eles ferem a ternura com o seu rancor,
Deixando-a desolada e sem valor
Nas trevas de uma implacável desonradez.