SER QUEM SOU (soneto)

Ora (direis) ser quem sou! Exato.

Me perdi no caminho, me achei, no entanto

A cada passo, erro e acerto, vários o relato

Vou andando, o atrás se desfez por encanto

E o tempo vai passando, veloz, enquanto

O pensamento recusa ser apenas um ato

Cintila. E, saudoso, o trovar é um pranto

Na solidão de ser, em um poetar abstrato

Direis agora: Incoerente e louca quimera!

Que não quero ser quem sou? Que sentido

Pois ser quem sou, deixei de ser o que era...

E eu vos direi: Amando o amor sou valeria

Pois se amei, o meu afeto não terá partido

Assim, pude ouvir e entender minha poesia

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

agosto de 2019 - Cerrado goiano

Olavobilaquiando

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 23/08/2019
Reeditado em 30/10/2019
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