SOU A NOITE TRISTE E NERVOSA
Sou a noite triste e nervosa que chora,
Que desatina, neste grande degredo,
Dentro duma grande mina de penedo,
Sou o Vulcão que grita, mesmo agora.
Sou o universo que foi mesmo embora,
Que nunca tem na verdade mui medo,
Daquela madrugada, que é muito cedo,
Sou a janela aberta, que m’implora.
Sou o mar que vem mesmo, a sério ai,
A gritar de raiva e ódio, mesmo aqui,
Sou o lençol dobrado, a um canto de tristeza.
Que nas ébrias noites, também acredita,
Na vislumbrada da vida bem mesmo, dita,
Sou um prédio com olhos de certeza.
LUÍS COSTA
30/08/2008