SOU A NOITE TRISTE E NERVOSA

Sou a noite triste e nervosa que chora,

Que desatina, neste grande degredo,

Dentro duma grande mina de penedo,

Sou o Vulcão que grita, mesmo agora.

Sou o universo que foi mesmo embora,

Que nunca tem na verdade mui medo,

Daquela madrugada, que é muito cedo,

Sou a janela aberta, que m’implora.

Sou o mar que vem mesmo, a sério ai,

A gritar de raiva e ódio, mesmo aqui,

Sou o lençol dobrado, a um canto de tristeza.

Que nas ébrias noites, também acredita,

Na vislumbrada da vida bem mesmo, dita,

Sou um prédio com olhos de certeza.

LUÍS COSTA

30/08/2008

TÓLU
Enviado por TÓLU em 23/08/2019
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