PERNILONGO SEM NOÇÃO
Sou um pernilongo infeliz, complexado,
Porque ninguém quer me ouvir cantar.
Dizem que meu zumbido é desafinado,
Logo eu deveria imediatamente parar.
Morei até na casa dum professor de canto.
Queria estudar música e fazer até solfejo,
todavia até lá para o meu triste espanto,
Mal zumbi, ouço do mestre um bravejo:
Meus ouvidos não merecem essa tortura!
Desapareça! deixe o meu ouvido em paz!
Sou professor, não milagroso! Que chatura!
Retorno para casa e minha mãe me consola.
Meu filho, entenda-me porque você é capaz:
Pernilongo zumbi desafinado, não cantarola.
O FILHO DA POETISA