FERIDAS
O sangue que jorrou joelho abaixo
Abaixo não chegou aos pés
Fazendo o caminho revés
Chegou à cabeça, como um esculacho.
Quedas de verdadeira lição
Ensinando a olhar para o chão
E nele ficar de pé
Para o que der e vier.
Aos deslizes nós estamos sujeitos,
Mas com a fé e a força do peito
Levantar-se e agir, é para os eleitos.
O sangue que hoje é dor
Amanhã será o sangue esplendor,
Pois, o sangue/vida, é sangue de amor.
Ênio Azevedo