VIOLETA

VIOLETA

Ela, efêmera flor em minhas mãos,

Não se me despetale pelos dedos.

Tampouco se resseque em tantos medos

A custo de curar-me sonhos vãos.

Venha-me delicada com seus grãos

Fazer por contumaz meus olhos ledos,

Enquanto murmurantes arvoredos

Se lh'espalhem floradas n’estes chãos.

Minha rude carícia não moleste

Sua corola hirsuta d’onde vem

Um aroma de cio ora inconteste…

Que se deixe orvalhar em mim também

Esta que de prazeres se reveste,

Seja flor ou mulher que se quer bem.

Campos do Jordão — 30 07 2019