A UM SER GRANDE*

Penso em ti e volvo-me em saudades,

Parece impreenchível tua ausência,

Figura física frágil, mas de alma forte

Persegue-me com grande insistência.

Tua retidão não nos surpreende,

Com todo teu devido amparo,

Num fortalecimento estrondoso,

Que no tempo se perdeu o faro.

Enquanto é clara a tua grandeza,

Sou obscuro e denso nessa escuridão,

Que o tempo insiste em demonstrar.

Enquanto és rocha inquebrantável,

Sendo eu fugaz bolha de sabão,

Que o leve sopro desmancha no ar.

*À saudade de minha avó materna, Maria de Lourdes, falecida e 8 de Agosto de 1.991.

2.019