CORAÇÃO
Dei-te o meu coração ainda pulsando.
Rasguei das vísceras, e a ti o ofereci.
A última gota de sangue escorrendo;
Manchando o véu que no peito teci!
Derretendo feito ácido na pele;
Deixastes-me ali, a beira da morte!
Agonizando em dor que a alma expele.
De amor não morri! Fiquei mais forte!
Tinha nas tuas mãos, o meu coração.
Penetraste fundo, em cada válvula;
Tornaste o motivo de cada vibração.
Mesmo assim: não teve compaixão;
Fui uma vítima de tuas artimanhas
Entregando-me de bandeja pro vilão.