EU HEI-DE SER ALGUÉM NA VIDA

Eu hei-de ser também alguém na vida,

Mesmo a sério que ninguém me queira,

Eu hei-de ser um’alma muito sentida,

Em qualquer lugar da vida me cheira.

Eu hei-de ser uma janela qu’rida,

Dentro dum barco logo à primeira,

Co’ uma vela de cambraia florida,

Num caixilho de safira na dianteira.

Eu hei-de ser a floresta de cristal,

Aquela floresta que não faz mal,

Eu hei-de ser um belo barco à vela.

Eu hei-de ser então um rubi, é,

Sim! Uma pérola cara com fé,

Escarlate, hei-de ser a janela.

LUÍS COSTA

Lamego, 05/08/2005

Quinta de Calvilhe

TÓLU
Enviado por TÓLU em 14/08/2019
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