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PAI APENAS [846]
 


Nem herói nem vilão – é pai apenas.
Do casal faz papel só de um regente,
quando faz, pois, às vezes, indolente,
à mulher lhe transfere suas penas.
 

Ao pai compete mais é ter antenas,
caminhar e manter-se bem à frente,
já porque, fraquejando, de repente,
a esposa o recambia à longe Atenas.
 

Pai é pai, quando assume a cidadela,
sem largar filharada ao abandono,
com ou sem um casório na capela.
 

Pai é pai, seja Artur, Martim, Laércio,
e ninguém lhe proponha ser seu dono,
muito menos o estorvo do comércio.
 

Fort., 11/08/2019.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 11/08/2019
Código do texto: T6717511
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