Soneto à Espera

Cada cadente, um pedido por teu amor

E constelações morrem sem perceber

Sua luz persiste, pouco irão reconhecer

A insistência dos astros, mesmo na dor

Senhor do Bonfim, três pedidos por teu amor

De joelhos a fé tenta me convencer

Um pessimista, a esperança de te ter

Olho para o abismo e mergulho sem pudor

Pergunto à mim e não encontro resposta

Quantos desertos mais irei atravessar?

Para repousar dentro do teu olhar?

Jogo comigo e dobro esta aposta

Quantas oferendas mais irei colocar?

No chão frio onde fica teu altar