CONFISSÃO
-Por que teimas em negar teu amor?
Perguntou o poeta a sua musa;
é dele, eu sei, a causa desta dor
que, sem razão, a tu!alma recusa!
-Reconheço – disse ela confusa,
mas, confessar me proíbe o pudor,
e nem te quero como um pecador...
Por isso, de tudo fiquei reclusa!
-Mas, dize poeta, quem te contou?
Serás mago, vidente ou coisa assim?
Nigromante que a alma pode sondar?
-Não! Deste amor - o vate retrucou:
-Ninguém disse ou magia agiu em mim,
só vi na confissão do teu olhar!