E POR FALAR EM FRIO…

Nota da autora: Antes de mais nada, quero dedicar de coração esse meu poema singelo em sincera homenagem a todas as vítimas de longo tempo (visíveis e invisíveis) de todas as mãos (conhecidas e desconhecidas!) que direta ou indiretamente contribuíram para o triste estado de coisas do nosso país.

O restante...bem, meu poema falará por ele só, à sensibilidade de cada um.

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Quero falar do frio ,dessa tocha incandescente

A ascender a chama ardente das fogueiras das paixões!

A queimar o abandono sobre as gentes inocentes

Tiritando à noite aberta as chagas das corrupções!

Quero falar do frio no calor da decadência

Dessa era de indecência de vis Homens a declamar

A poesia mais funesta do Poder da História inteira!

A ludibriar a fome… e os Direitos a nos roubar.

Quero gritar do frio que mata a morte invisível

Que agoniza nas calçadas sob o mal que a adubou!

Num terreno envenenado pela erva mais daninha:

A bondade vã e mesquinha que a tantos já matou.

E então versar ao frio sob os mantos apodrecidos:

Corpos e almas "jaz- vencidos" sob o nada que restou…