Entardecer

Viver no universo das incertezas indolentes

Como folhas oscilando sem via na ventania

Ao entardecer, em cambalhotas, sem regente

Os delineares da dor convertem-se em sinfonia

Do tablado de enganos difundem sombras da mente

A brisa seca as lágrimas onde outrora sorria

O capim murmureja no vendaval imponente

Diante o louvor dos trovões em harmonia

No coração os desejos velejam ganindo

E na tortuosidade dos relâmpagos enraivecidos

Lesiona em tiras o amor que a vida foi tecendo

Eleva a lua entre nuvens e ao âmago vem descendo

Fulgor celeste de aroma e frescor desconhecidos

Enlaçando em fusão e o amor enobrecendo.

Samira Vilaça Araújo
Enviado por Samira Vilaça Araújo em 04/08/2019
Código do texto: T6712432
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