Entardecer
Viver no universo das incertezas indolentes
Como folhas oscilando sem via na ventania
Ao entardecer, em cambalhotas, sem regente
Os delineares da dor convertem-se em sinfonia
Do tablado de enganos difundem sombras da mente
A brisa seca as lágrimas onde outrora sorria
O capim murmureja no vendaval imponente
Diante o louvor dos trovões em harmonia
No coração os desejos velejam ganindo
E na tortuosidade dos relâmpagos enraivecidos
Lesiona em tiras o amor que a vida foi tecendo
Eleva a lua entre nuvens e ao âmago vem descendo
Fulgor celeste de aroma e frescor desconhecidos
Enlaçando em fusão e o amor enobrecendo.