Ergui a Minha Própria Prisão
O que são as sombras quando estas iluminam mentes?
Na irrelevância da adaptação em combustão
O mundo nos obriga a vender a alma na escuridão
Sem sorrisos feitos de façanhas e nem de dentes
Se no medo eu fiz a minha casa mal-assombrada
Nos reflexos dos espelhos de bordas quebradas
O som que eu sempre ouvi em meus pesares
Era o que me conduzia para todos os lugares
A isca era ontem o que eu sou hoje e agora
Rasgando palavras em mar aberto
Pesco em ilhas que se formam mar à fora
Sentindo o frio indiferente do mundo e descoberto
Vejo-me em lúcidos sonhos perdidos e descarrilhados
Em conjunto com os outros presos e escravizados
(Guilherme Henrique)