HORAS TANTAS (soneto)

Horas tantas, aterrado e um tanto aflito

Confidenciei para a lua o meu detrimento

Do acaso, que com as desditas foi escrito

E se a fito, ainda o sinto no pensamento

Atroa, n'alma um pávido e nuvioso grito

Titilando dores em um amofino violento

Arremessando os anseios para o infinito

Tal o choro do cerrado aflado pelo vento

Clemente lua, que o meu azar sentiste!

No firmamento confessei o meu pranto

Enfardado pelas nuvens transparentes

E no meu peito, uma solidão tão triste

Onde o poetar a soluçar em um canto

Escorre silenciosas lágrimas ardentes

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

30 de julho de 2019 - Cerrado goiano

Olavobilaquiando

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 30/07/2019
Reeditado em 30/10/2019
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