CURVA DO RIO
Desviando das flechas sem destino
Que sussurram... efêmeras pelo ar,
No vai e vem de lucidez e desatino
A noite é nó, laços, a me amarrar.
Nos findos goles já no alvor matutino
Um frio sedento em minh'alma está,
E neste mundo surdo que arde ferino
Um lapso surge... em meu caminhar.
Dizem que após os azulados montes
Existem as mais puras e belas fontes
Espelhos d'água que desce... gentil
E nas aflições corroídas dessa vida
Anseio um repouso nest'alma abatida
Nas curvas mansas de um sereno rio.