Dolências
Ó tempo, vendo manso tu passares,
fiquei igual a árvore que desfolhavas...
Derramando pelo chão os meus pesares,
nessa margem que outrora eu sonhavas.
O caminho qual será que seguiremos...
O destino é uma bússola sem norte...
Para um dia morrer é que vivemos,
caminhando em direção a morte.
Ai, distante o olhar perdia-se pelos ares,
vendo no horizonte tons crepusculares.
Via em meu destino envolta em mistério...
A imagem erma d'uma sepultura,
e vagando pela noite escura,
clara uma lua sobre o cemitério.