VIDA DE GARI
Como um casal de porta-bandeira,
Valseiam enquanto cuidam da rua,
Enquanto não vem o brilho da lua,
Pondo um fim ao suor e à canseira.
A música vem no vento que a brisa traz,
Dos pássaros nos galhos do carvalho,
Amenizando a dureza do seu trabalho,
Num mundo de valores desiguais.
No lar quem sabe um rebento a espera,
Braços abertos querendo um abraço,
E do pão um generoso pedaço,
Que o dia todo ficou a esperar.
Dar-lhe uma vida melhor, ai quem dera!
Por enquanto só lhe resta sonhar.