Suicídio
Como um anjo sem asas perfumando o vento
Ausente no tempo buscando se encontrar
No peito a angústia flébil, farto desalento
Salientando que a vida já não suporta perdurar
Como uma poesia de apartado, uma aflita carta
Depondo a cessação do passeio, sem mais armas
Que lhe acudissem a refazer-se, da vida se desata
Num feito frouxo dá por acabado o seu drama
Mutilada ficou sua carreira terrena
E nesse ataúde descansas tão serena
Para ulteriormente, abrigar o irrevogável adeus
O adeus que cega a biografia de uma vida
Que por anônima causa foi banida
Decerto, capaz fosse eu inibir o término dos dias teus!
Samira Araújo - 24/07/2019