A-DOR-MERCER
Este verbo que arde dentro do peito;
Como punhal cravado no meu coração.
Esta dor a derramar quando me deito
Escorrendo sobre a face com exatidão.
Os meus ossos rangem sobre o túmulo.
A minha pele se rasga no toque do vento;
Não há mais força neste corpo trêmulo,
Divagando nos ais da penúria e tormento.
Beberei até a última gota de nostalgia...
Que seja bendita esta dor, revele a luz!
São nos versos que minh'alma se refugia.
Eu preciso dum trago da tua lucidez,
Da sobriedade da tu'alma descansada...
Ausentar-me deste estado de languidez.