A-DOR-MERCER

Este verbo que arde dentro do peito;

Como punhal cravado no meu coração.

Esta dor a derramar quando me deito

Escorrendo sobre a face com exatidão.

Os meus ossos rangem sobre o túmulo.

A minha pele se rasga no toque do vento;

Não há mais força neste corpo trêmulo,

Divagando nos ais da penúria e tormento.

Beberei até a última gota de nostalgia...

Que seja bendita esta dor, revele a luz!

São nos versos que minh'alma se refugia.

Eu preciso dum trago da tua lucidez,

Da sobriedade da tu'alma descansada...

Ausentar-me deste estado de languidez.

Cristina Milanni
Enviado por Cristina Milanni em 24/07/2019
Reeditado em 21/08/2019
Código do texto: T6703677
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