ágape maculado

fico em silêncio perante tua entrada

meu coração desfalece em alto palpitar

por amores, ciúmes e birras sou tomada

retomo a infância, a vontade a me guiar

é meu menino dos olhos pingados

talhado com gosto no profano marfim

afogo-me nos belos bosques esparsos

do teu corpo contorcido em frenesim

quero-te como o amor que guardo

a ti cultivado como alimento basal

grão necessário a minha subsistência

ainda que eu me arrisque ao fardo

de teu amor tornar-se eclipsal

e minha morte ser de tal abstinência

Zéfiro Alves
Enviado por Zéfiro Alves em 24/07/2019
Código do texto: T6703670
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