Os Ventos
Sou apenas vento que a mãe vida me assovia...
Abre e fecha corações com a chave do tempo
Sua força, seu poder, é poder de unguento
Neste cosmo conflitante a soprar pó e magia.
É o sopro que me assopra de fora pra dentro
Ora faz-se mui errante, ora faz-se o meu guia.
Talvez um malfeitor dono da minha agonia
Quando só lhe quero mantra e sabor de coentro.
Ventos que me sopram grandes melodias
Ontem, vendavais; hoje recordações apenas...
De todos os presságios, de todas alegrias.
Ventos que sussurraram para além de Atenas
E confessaram aos deuses as suas acrobacias
Se choraram, se sorriram – eram suas cantilenas.
Imagem: Google.