Manhã sem Sol

Manhã sem Sol

Doente, sou a folha que já espera

Voar ao chão inóspito em abandono,

Cair no mais letárgico dos sonos,

Deixar minha estação, a primavera!

Aguardo em meu silêncio esta quimera;

Meus sonhos, se esvaindo pelo outono,

Ao fim de tudo enquanto e sem abono,

De forma tão cruel, final, severa! ...

Queria ver meus filhos bem criados

Por todos os meus dias tão amados;

Pousar meus olhos neles, com ternura!

Mas, sei que se aproxima a minha morte

Aflita, a minha alma clama forte;

E chora por descer à sepultura!

Arão Filho

São Luis-MA, 18 de julho de2019.