o relógio

há um frio pelos ossos como se a noite

fosse interminável. purifica-nos, oh tempo

que os desejos escondem um vazio imenso

que cresce cada vez mais e mais, enfim.

o relógio conta nossos últimos segundos

mas nem percebemos. aquele ponteiro

girando leva nossas oportunidades, e

palavras, e pensamentos, leva-nos ao fim.

consome as possibilidades de sucesso e quase

sem sentirmos, só quando já é muito

tarde. o amanhã sempre nos pareceu tão

distante, agora está aí batendo na porta

e nos defrontamos com o instante final

sem saber que a esperança já estava morta.

João Barros
Enviado por João Barros em 18/07/2019
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