POR SER ASSIM
Às vezes, canso de ficar à tua espera
Deixei marcas dos cotovelos na janela
Diviso um vulto. É ele. Não era.
Desfaço as brumas da esperança bela.
Mas lá vem ele. Mergulho na certeza
Escondo o choro, ponho riso no olhar
A imagem some na Avenida Tiroleza
Morre-me, então, o que me punha a sonhar.
Vício cruel o amor que me consome
Perco-me em quimera que sei insana
Quando desperto, é dura a realidade
De mágoa vivo, na fé que a dor come
Com outras almas a minha já se irmana
A mergulhar no frio espaço da saudade.