POR SER ASSIM

Às vezes, canso de ficar à tua espera

Deixei marcas dos cotovelos na janela

Diviso um vulto. É ele. Não era.

Desfaço as brumas da esperança bela.

Mas lá vem ele. Mergulho na certeza

Escondo o choro, ponho riso no olhar

A imagem some na Avenida Tiroleza

Morre-me, então, o que me punha a sonhar.

Vício cruel o amor que me consome

Perco-me em quimera que sei insana

Quando desperto, é dura a realidade

De mágoa vivo, na fé que a dor come

Com outras almas a minha já se irmana

A mergulhar no frio espaço da saudade.

MADAGLOR DE OLIVEIRA
Enviado por MADAGLOR DE OLIVEIRA em 16/07/2019
Código do texto: T6696971
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