A ROÇA

Eclode n'alma como um broto, a lembrança,

da remanhosa paz lá da rústica roça,

coágulos de sol quente, à tarde fria, a lua, a nuança,

a expiar o coração da gente na palhoça!

Geme e chora o engenho de madeira grossa,

guiado pelos bois tardos que muito se cansam,

e, rodando vai moendo a caiana nossa,

na remanhosa paz da fazenda esperança!

Quantas saudades da roça e dos eventos,

da rapadura, dos doces e do aguardente,

das noites de lua, do canto, do firmamento!

Eclode n'alma a lembrança, a tormenta,

o exprimir em doridos gritos e lamentos,

que as desgraças do álcool trouxe aquelas mentes!

fcemourao
Enviado por fcemourao em 15/07/2019
Reeditado em 15/07/2019
Código do texto: T6696695
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