SEM PERDÃO
Pelas contas do rosário, vai dedilhando
Os vis pecados praticados na existência
Ainda que sabendo que mesmo purgando,
Com contrição, na elaborada penitência
O crime que cometeu não será apagado
Pois pela perversão e requintada maldade
O ato nem pelo céu merece ser julgado
Tamanho mal causou na pacata irmandade.
Era menina, cabelo encaracolado
Com olhar de anjo, sorriso puro, inocente
Deparou-se na esquina com o ser malvado
Ultrajou-lhe alma, corpo, vida e dignidade
Varreu da Terra a visão angelical e santa
Deixando um rastro de dor e muita saudade