POESIA FRIA, POESIA QUENTE

Dizem pra aí que quase ninguém lê poesia

Preferindo a ficção ou mesmo algum ensaio.

Poemas e outros versos apenas de soslaio

Ou, porventura, por uma mera cortesia…

Mas, livros de poesia… vai mesmo uma razia

À laia de mercado, estilo papagaio…

A poesia que importa – e desta não me saio –

É aquela que se faz com paixão e maresia.

Poesia fria, não! Mas, sim, poesia quente

É aquela em que o poeta dá a sua vida:

Lendo as coisas e o mundo de forma sentida

Com um empenhamento vivo e incandescente.

As hodiernas tendências não vão por aí,

Os tempos mudam e as ideias desvanecem

Mas a boa poesia e os poetas permanecem

E as “mentes dominantes” sofrem de alibi.

O que interessa, porém, e em lugar cimeiro,

Independentemente de ser poético ou não

Ainda que pareça ser uma ilusão,

É tudo aquilo que à carteira der dinheiro!

Frassino Machado

In RODA-VIVA POESIA

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 12/07/2019
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